Movimento sindical CUTista debate a importância de políticas em defesa da saúde do trabalhador
A I Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador reuniu mais de 60 dirigentes sindicais CUTistas, que durante dois dias debaterem ações para fortalecer a política de saúde do trabalhador na CUT-SC
Aconteceu entre os dias 20 e 21 de novembro, na Escola Sul da CUT em Florianópolis, a I Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador da CUT-SC, o evento foi organizado pela Central e reuniu dirigentes sindicais de diversos ramos e regiões do estado.
A Conferência estadual é uma preparação para a Conferência nacional da CUT que vai acontecer no mês de março do ano que vem e tem como objetivo sensibilizar as lideranças sindicais sobre a importância dos temas relacionados à saúde do trabalhador.
Na mesa de abertura o presidente da CUT-SC, Neudi Giachini, destacou a importância do movimento sindical em assumir a luta em defesa da saúde do trabalhador. “Lutar em defesa e garantia de melhores condições de trabalho tem toda relação com a saúde do trabalhador. Saúde não se vende e nem se negocia, precisamos enquanto entidade representante dos trabalhadores estarmos atentos para a constante tentativa dos patrões em precarizar as relações de trabalho e explorar os trabalhadores tratando-os como peças de produção de lucro”, destacou Neudi.
A secretaria de saúde do trabalhador foi criada na CUT somente no 10° Concut em 2009, mas antes mesmo da sua criação já vinham sendo desenvolvidos diversos trabalhos que destacavam a importância de envolvimento do movimento sindical com o tema da saúde do trabalhador. “Essa é uma luta diária que temos que encampar, seja nos locais de trabalho ou nas negociações coletivas, precisamos sempre pautar a importância de garantir condições dignas que zelem pela saúde dos trabalhadores”, enfatizou Ana Maria Roeder, Secretaria da Saúde do Trabalhador da CUT-SC.
Santa Catarina com péssimos índices de Saúde do trabalhador – Nos últimos três anos, mais de dois milhões
de trabalhadores sofreram algum acidente ou tiveram alguma doença relacionado ao ambiente de trabalho. De acordo com pesquisa da Fundacentro, só em Santa Catarina foram 139 mil casos registrados. “O que nos surpreende é que mesmo com estes altos índices, de uma média de 700 mil casos por ano, 98% das empresas brasileiras recebem bonificações do governo pela segurança e garantia de saúde de seus trabalhadores”, indagou Cristiane Queiroz Barbeiro Lima, ergonomista e pesquisadora da Fundacentro – MTE/SP.
De acordo com pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina – Fiesc/Sesi no ano de 2011, o estado catarinense teve a segunda pior taxa de incidência de acidente de trabalho do país, tendo o traumatismo e as lesões como a principal causa de afastamento dos trabalhadores.
Cristiane, que participou da primeira mesa de explanação da Conferência de Saúde da CUT-SC, destacou a importância de considerarmos todo o contexto social de um trabalhador para avaliar seu quadro de saúde. “Os agravos da saúde vêm da questão social, não podemos enxergar um trabalhador sem perceber as especificidades de sua vida. Saúde do trabalhador é um conjunto dentro e fora do trabalho. Envolve as condições de transporte que ele utiliza para chegar até ali, envolve creches e escolas para seus filhos. São condições diferentes para o mesmo tipo de desgaste, que podem acarretar um adoecimento diferente para cada trabalhador”, destacou Cristiane.
“A saúde do trabalhador esta em todos os lugares, esta nas leis, na constituição em todo o momento ela esta sendo colocada, mas mesmo com tudo isso o Brasil é campeão em mortes e acidentes de trabalho no mundo”, ressalta Geoderci Menezes de Souza, dirigente da CUT e membro da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador – CIST Nacional, ele ainda coloca que é inadmissível que com tantas conquistas os acidentes continuem frequente no local de trabalho.
Organização da Secretaria Estadual de Saúde do Trabalhador – Na Conferência Estadual os dirigentes CUTistas aproveitaram para reorganizar o coletivo de Saúde do trabalhador da CUT-SC. “Encerro a Conferência com grande alegria, pois além de grandes debates, rearticulamos o nosso coletivo com representantes de diversas regiões do estado. Já saímos daqui com trabalhos para os próximos meses a fim de fortalecer a luta em defesa da saúde do trabalhador da CUT-SC”, salientou Ana Roeder.
Os dirigentes também discutiram o texto base e apresentaram suas sugestões de alteração de acordo com a realidade e necessidade do estado catarinense. Pautados na Conferência Nacional da CUT que vai se realizar em março de 2014, a CUT-SC elegeu os delegados/as que vão representar o nosso estado. São eles: Janete do Siticom de Jaraguá do Sul, Inácio do Sindicato da Alimentação de São Miguel do Oeste – Sitiex, Carlos Figueiredo do Sinte, Júlio Cesar do SEEB de Criciúma, Simoni Paulino do Sindicato da Saúde de Chapecó, Nádia do Sintrafesc, Ieda do Sintraseb de Blumenau, Rogério Correa dos Edifícios de Florianópolis, Liliana Piscki dos Mecânicos de Joinville e Ana Roeder Secretária da Saúde da CUT-SC. Ainda como suplentes foram eleitos: Rosani do Siticom de Jaraguá do Sul, Valdir Azeredo do Sintrial de Concórdia, Milton Zanotto dos Professores particulares de Joinville, Vilmair da Saúde de Chapecó, Sebastião do Sintespe e Sirlei dos Municipários de Chapecó.
Fonte: Texto e fotos: Silvia Medeiros, CUT